Afinal, o que é arritmia?

Todos os anos, trezentos mil brasileiros são vítimas de arritmias e morte súbita, segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC). Mas, afinal, o que é arritmia?

A arritmia é um problema de alteração dos batimentos cardíacos — que podem tornar-se irregulares (descompassados), mais rápidos (taquicardia) ou mais lentos (bradicardia) do que o normal. Existem várias formas de arritmia, mas didaticamente podem ser enquadradas em dois grupos, as benignas e as malignas. A diferença entre as duas se dá pelo fato de que a primeira pode ser facilmente tratada com alguns medicamentos ou apenas mudanças alimentares ou no estilo de vida, e apesar dos sintomas não implicam em nenhum risco maior para o paciente; as malignas têm um risco maior para o paciente, portanto além de medicação, podem exigir intervenção cirúrgica, como implante de marca-passo ou ablação (cauterização) de um feixe elétrico do coração.

Como acontece a arritmia?

O ritmo cardíaco é controlado por sinais elétricos. Estes sinais elétricos mandam no coração, fazendo-o contrair (bater) e assim bombear o sangue de 50 a 100 vezes por minuto, e é exatamente esta frequência normal de batimentos do coração por minuto que sentimos quando palpamos nosso pulso. Esta frequência, considerada normal para um adulto em repouso, pode variar para mais (taquicardia) ou para menos (bradicardia), em situações fisiológicas, normais, quando por exemplo fazemos um exercício físico ou tomamos um susto, ou quando estamos dormindo.
A partir do momento em que esses sinais elétricos atrasam ou são bloqueados, gerando bradicardia, ou são hiperestimulados, gerando taquicardia, ou são batimentos descompassados (irregulares, quando os intervalos entre um batimento e outro são muito diferentes entre si), sem nenhum motivo ou razão fisiológica, estamos diante de uma arritmia.
Esse processo é como uma resposta a um ineficiente funcionamento das células nervosas especiais, que são as responsáveis pela produção dos sinais elétricos.

Quais são os sintomas da doença?

Além da percepção de batimentos anormais, a arritmia é denunciada por inúmeros outros sintomas. Conheça-os e fique de olho:

  • Cansaço em excesso;
  • Falta de ar;
  • Fraqueza;
  • Dor e sensação de peso no peito;
  • Desmaios;
  • Transpiração;
  • Palidez;
  • Tontura;

Quais são as causas da arritmia?

A arritmia pode surgir em decorrência de inúmeros fatores, como o consumo exagerado de cafeína e álcool, a grande concentração de eletrólitos na corrente sanguínea — como o potássio e o sódio— e o uso de drogas, como as anfetaminas, cocaína, dentre outras.
Além disso, problemas como hipertensão, anemia, desordens na tireóide, Doença Arterial Coronariana (vasos do coração entupidos, levando ou não a infarto), Doença de Chagas, Doenças congênitas (má-formação) do coração, e Insuficiência cardíaca de várias etiologias podem ser a causa ou contribuir para a arritmia.
Também podem influenciar no aparecimento da arritmia a realização de exercícios físicos de alto impacto, complicações após cirurgias cardíacas, idade avançada, estresse e Diabetes.

Como tratar e superar a arritmia?

A arritmia nem sempre exige tratamentos complexos. Mesmo assim, se você apresentar — ou perceber em alguém — qualquer um dos sintomas aqui descritos, é muito importante procurar ajuda médica. Se for mesmo arritmia, quanto mais cedo ela for identificada e tratada, melhor!
Muitas vezes, a doença é diagnosticada através de simples exames realizados pelo médico — como a ausculta feita com o estetoscópio e a verificação da pulsação. O médico, então, deverá solicitar que seu paciente seja submetido a exames, como o eletrocardiograma, por exemplo.
Como já descrito acima, o tratamento para essa doença é efetuado desde mudanças alimentares e no estilo de vida, passando por medicações, ou em casos específicos necessidade de cirurgia para a colocação de um marca-passo, ablação (cauterização) de um feixe elétrico do coração, ou cardioversão elétrica (choque).